segunda-feira, 21 de março de 2011

A cura das carências afetivas

A carência afetiva é para o psíquico-emocional, o que o raquitismo é para o físico, para o corpo.

Quando alguém, no tempo de infância, adolescência, juventude, por vários anos, alimentou-se mal, passou muita fome, o seu físico não se desenvolveu plenamente. Ficou raquítico. Assim também quando uma pessoa, na sua infância, adolescência, juventude, não recebe, ou recebe bem pouco o alimento do amor afetivo, torna-se subdesenvolvido no afeto. Torna-se carente afetivo. O seu coração afetivo-emocional não cresce, não se desenvolve, não se torna adulto ou maduro no amor.

O que caracteriza o imaturo e o carente é a necessidade de receber amor. Eles buscam, procuram, pedem, mendigam, reclamam, querem comprar, exigem amor, amor e mais amor. São sedentos constantes de amor. Famintos de amor. Por vezes, a fome e a sede de amor crescem na medida em que passam os anos e não o recebem suficientemente.

O que caracteriza o “maduro afetivo” é a vontade alegre, a naturalidade e até a necessidade de dar, de oferecer, de transbordar amor, de forma gratuita, feliz.

Todo ser humano passa – deveria passar – pelas duas fases da formação do coração afetivo. Passar pela fase receptiva, e desta para a fase oblativa. Receptiva é a fase etária de receber amor efetivo e afetivo. Oblativa é a fase de oferecer, dar amor efetivo e afetivo.

Uma digressão: entende-se por amor efetivo aquele demonstrado em gestos concretos. O pai dá amor efetivo, por exemplo, pelo trabalho para manter o filho; cuidando de sua saúde; pagando dentista; educando-o na fé, no amor ao trabalho; proporcionando possibilidade de estudos etc.

A passagem da fase receptiva para a oblativa não acontece em um mês, em um ano. Nem sequer naqueles que vivem e recebem amor afetivo-efetivo em ambiente favorável. A passagem é um processo de vida, de vários anos. Ou até, talvez, de toda uma vida. É recebendo, vivenciando, experimentando amor, cada dia, todos os dias, anos seguidos, que alguém chega a passar a linha divisória da fase receptiva para a oblativa.

A passagem da receptiva para a oblativa não se dá num salto, como um pulo de um lado para o outro, na passagem por um riacho. Essa passagem é como a travessia de um lago, a nado. Alguém inicia a travessia, vai nadando, nadando, chega a 1/10 do percurso, depois a 1/3, depois à metade do lago, passa pela linha divisória da metade, prossegue nadando até chegar à outra margem. É assim que acontece na maturação afetiva, na passagem da fase receptiva para a oblativa. Acontece aos poucos.

A criança, nos primeiros anos, só recebe amor. Deve receber amor. Ela não dá... não tem para dar. Passados uns aninhos, se estiver recebendo afeto-amor, ela começará a dar, a oferecer amor em pequenas doses, em atitudes de amor.

Na meninice precisa continuar a receber muito, muito amor. Ela cresce no amor e passa a dar, a oferecer pouco mais. Na adolescência precisa continuar recebendo amor, mais amor. Mas agora já tem mais amor para oferecer, para doar. Ela ensaia a fase oblativa, em vários momentos e oportunidades.

Na entrada da juventude, continua recebendo, precisa receber amor... mas está em melhores condições de dar, de oferecer tanto quanto recebe. Adiantando-se na idade jovem, passa – deveria passar – da linha divisória do receber (receptiva) para o dar (oblativa). Esta passagem não indica que não precise mais receber amor. Precisa, sim. Mas passada a linha divisória, tem mais necessidade de dar do que receber amor. A caminhada de crescimento prossegue até não sentir necessidade de receber amor, e passar a sentir necessidade de dar.

Peçamos a Jesus que cure as carências afetivas em nosso coração, preenchendo-o com o seu amor:

Jesus amado e querido, vem nesse momento em meu auxílio. Cura, Senhor, todas as minhas carências afetivas. Preenche-me com o teu amor. Jesus, eu te louvo e agradeço por cura-me. Amém!

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