terça-feira, 5 de outubro de 2010

Gigantescas Muralhas

Muitos cristãos hoje em dia, tem rejeitado e abandonado a vida de oração. Por outro lado, muitos fatores tem contribuído para isso. A falta de tempo e de fé, a tibieza e a decepção de não ser atendido, o conceito errado do que é oração etc, são algumas das barreiras que impedem o homem de chegar a Deus pela oração. Precisamos mais do que nunca remover essas barreiras e muralhas para estar com o Senhor. Não podemos deixar que as coisas deste mundo nos sufoquem e nos distanciem do nosso Pai. Como atletas de Cristo devemos superar essas muralhas espirituais que surgem a cada dia. “Mesmo enfermo diga: eu sou guerreiro” (Joe 4,10). Eu sou soldado de Cristo. A oração, como diz o Catecismo, “é um combate contra nós mesmos e contra os embustes do Tentador que tudo faz para desviar o homem da oração, da união com seu Deus” (C.I.C 2.725). Neste combate da oração, “devemos enfrentar, em nós mesmos e à nossa volta, concepções errôneas da oração. Algumas vêem nela uma simples operação psicológica; outras, esforço de concentração para chegar ao vazio mental. Algumas a codificam em atitudes e palavras rituais. No inconsciente de muitos cristãos, rezar é uma ocupação incompatível com tudo o que eles devem fazer: não têm tempo. Os que procuram a Deus pela oração desanimam depressa, porque ignoram que a oração também procede do Espírito Santo e não apenas deles.

Devemos também enfrentar mentalidades deste mundo que nos contaminam se não formos vigilantes, por exemplo: a afirmação de que o verdadeiro seria apenas o que é verificado pela razão e pela ciência (rezar, pelo contrário, é um mistério que ultrapassa nossa consciência e nosso inconsciente); os valores de produção e rendimento (a oração, sendo improdutiva, é inútil); o sensualismo e o bem-estar material, considerados como critérios da verdade, do bem e da beleza (a oração, porém, ‘amor da beleza’[filocalia], é enamorada da glória do Deus vivo e verdadeiro); em reação contra o ativismo, a oração é apresentada como fuga do mundo (a oração cristã, no entanto, não é um sair da história nem está divorciada da vida).

Enfim, nosso combate deve enfrentar aquilo que sentimos como nossos fracassos na oração: desânimo diante de nossa aridez, tristeza por não ter dado tudo ao Senhor, por ter ‘muitos bens’ (Mc 10,22), decepção por não ser atendidos segundo nossa vontade própria, insulto ao nosso orgulho (o qual não aceita nossa indignidade de pecadores), alergia à gratuidade da oração etc. A conclusão é sempre a mesma: para que rezar? Para superar esses obstáculos é preciso lutar para ter a humildade, a confiança, a perseverança” (C.I.C 2.726-28).

Como podemos observar acima, existe toda uma conspiração para nos afastar da vida de oração e, conseqüentemente, do próprio Deus. Devemos, portanto, lutar contra todos esses obstáculos, como disse o Catecismo, através da humildade, confiança e perseverança. Entremos, pois, no combate da oração!

André Farias

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