terça-feira, 5 de outubro de 2010

Deus nos chama

“Ainda que o homem esqueça seu Criador ou se esconda longe de sua Face, ainda que corra atrás de seus ídolos ou acuse a divindade de tê-lo abandonado, o Deus vivo e verdadeiro chama incessantemente cada pessoa ao encontro misterioso da oração”(C.I.C 2.567)

Que maravilhoso ensinamento este do Catecismo da Igreja! Ele diz que é o próprio Deus vivo e verdadeiro que nos chama ao encontro com Ele na oração. Ele dá o primeiro passo. Ele toma a iniciativa. Convida-nos a oração. Ele “tem sede de que nós tenhamos sede dEle” (Santo Agostinho). “A oração, quer saibamos ou não, é o encontro entre a sede de Deus e a nossa” (C.I.C 2.560).

O Catecismo nos mostra toda a dignidade do ser humano: “De todas as criaturas visíveis, só o homem é capaz de conhecer e amar seu Criador; ele é a única criatura na terra que Deus quis por si mesma; só ele é chamado a compartilhar, pelo conhecimento e pelo amor, a vida de Deus. Foi para este fim que o homem foi criado...” (C.I.C 356). Vemos aqui o porquê e para quê o homem foi criado: compartilhar a vida de Deus. A oração é, concretamente, partilha e participação na vida de Deus. É “estar habitualmente na presença do Deus três vezes Santo e em comunhão com Ele” (C.I.C 2.565). A oração é “a relação viva dos filhos de Deus com seu Pai infinitamente bom, com seu filho, Jesus Cristo, e com o Espírito Santo” (C.I.C 2.565). É justamente para esta experiência de amor que todos são chamados por Deus.

A oração “é a ação de Deus e do homem” (C.I.C 2.564). Ambos buscam um ao outro, sendo que Deus sempre toma a iniciativa: “Se o homem pode esquecer ou rejeitar a Deus, este, de sua parte, não cessa de chamar todo homem a procurá-lo, para que viva e encontre a felicidade” (C.I.C 30). O Documento Conciliar Gaudium et Spes, sobre a Igreja no mundo de hoje, nos diz que: “A razão mais sublime da dignidade do homem consiste na sua vocação à união com Deus. É desde o começo da sua existência que o homem é convidado a dialogar com Deus: pois, se existe, é só porque, criado por Deus por amor, e por Ele, por amor, constantemente conservado; nem pode viver plenamente segundo a verdade, se não reconhecer livremente esse amor e se entregar ao Criador” (GS 19). Infelizmente tem acontecido algo muito trágico: “muitos de nossos contemporâneos não atendem a esta íntima e vital ligação a Deus, ou até a rejeitam explicitamente” (GS 19). Precisamos, diferentemente de alguns contemporâneos, corresponder ao deus Pai que nos chama ao seu encontro. Se o mundo em boa parte o rejeita, unamo-nos a Ele, pois só nEle há a verdadeira felicidade que o nosso coração anseia.

André Farias

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