sábado, 15 de maio de 2010

Meu testemunho

Como o Inimigo quer

Em minha infância e em minha adolescência eu fui uma criança e um adolescente muito rebelde e violento. Eu tinha muito ódio no coração, brigava constantemente com colegas e familiares, e mais, não acreditava no amor. Por muitas vezes eu pensei em suicídio, em tirar a minha própria vida. Quando adolescente ainda, comecei a ingerir bebidas alcoólicas por influencias de amigos. Por muitas vezes também usei uma droga chamada loló. Eu bebia e usava essa droga para, no dizer dos colegas, ficar mais ‘desenrolado’. Para nós, naquele tempo, não beber, não usar aquela droga, não frequentar os bares e festas mundanas, era sinônimo de besta, otário etc. Para não ser chamado dessas coisas, entrava de cheio nessas realidades. Eu estava como o inimigo quer.

Uma vida em pedaços


Pouco a pouco minha vida foi virando, literalmente, um inferno. Comecei a ficar dependente do álcool. Não conseguia dizer não a quem me oferecesse alguma bebida. Fiquei viciado, porém, não reconhecia. Todo o dinheiro que ganhava era para sustentar o vício. Minha vida estava em pedaços, não tinha mais amor próprio. Sentia todos os dias um grande vazio no coração. Sentia remorsos, tristezas e angustias constantemente. Para tentar fugir de tudo isso caia novamente nas festas, na bebida e na prostituição (frequentava bordeis). Minha vida foi se tornando um lixo. Foi isso que o inimigo fez comigo. Foi a isso que eu me sujeitei. Ele - o inimigo – me fez esquecer de quão precioso eu sou; me fez esquecer de que sou imagem e semelhança do Pai. Eu me sentia a pior pessoa da face da terra. Minha vida estava em pedaços. No entanto, o inimigo queria mais. Ele sempre quer mais!

Semeando Inferno

Uma vez que você vive num inferno, você passa então a reproduzi-lo. Foi isso o que aconteceu comigo. Eu estava aprendendo a tocar violão e, por isso, todos vinham me procurar para ir tocar nos bares, e claro, não rejeitava. Muitas vezes eu chegava em casa sem saber como havia chegado. Acordava no outro dia todo vomitado, sujo e com um grande vazio no coração. Comecei a tocar e cantar em bares, que na verdade, eram verdadeiros prostíbulos. Eu tocava e cantava para homossexuais, lésbicas, prostitutas e homens adúlteros se embriagarem e se prostituírem naquele lugar. Quantas vezes, enquanto eu tocava, eu vi homens se beijando com outros homens; mulheres se beijando com outras mulheres; homens casados, que eu conhecia as esposas e os filhos, estavam ali, abraçados com outras mulheres. E eu? Eu estava ali também. Eu estava ali, tocando e cantando músicas apropriadas para criar o clima ideal para que aqueles filhos amados de Deus pudessem se prostituir, se embriagar e se entregar a todos os prazeres carnais possíveis. Eu também não ficava por baixo, passava toda a noite se embriagando. Era o meu pagamento, pois na maioria das vezes, o dinheiro que iria receber por tocar naquela noite, gastava-o todo com bebidas enquanto tocava. Eu estava semeando inferno na vida daquelas pessoas.

Lado a lado com o Maligno

De bares, eu passei a tocar em bandas. Lembro-me de uma das bandas que toquei em que todos os integrantes usavam algum tipo de droga. O lugar em que nós ensaiávamos era assustador, pois ao lado era um lugar consagrado ao Demônio. Nós estávamos, literalmente, lado a lado com o maligno. Nos nossos ensaios nós nos embriagávamos sempre. Tinha um integrante que parava o ensaio para cheirar cocaína, outro para fumar maconha e eu para me embriagar. Enquanto um dos quartos daquela casa era o lugar do ensaio, o outro quarto era o lugar em que a dona da casa consagrava a banda a Satanás. Nós íamos tocar nos lugares com a assistência do inimigo. Nos lugares em que tocávamos não era diferente dos nossos ensaios. Rolava de tudo: bebidas, drogas, prostituição etc.
Você está percebendo o que o Demônio faz conosco quando damos permissão? Ele arrasa e destrói a nossa vida. Era assim que eu estava; é assim que muitos estão. Eu era causa de desgosto para minha mãe e para minha namorada (hoje, minha esposa). Quantas vezes riram de mim ao passar pela rua sujo e embriagado! As pessoas aconselhavam minha namorada (Josilene) para que ela me deixasse, pois se se casasse comigo iria ter uma vida de tormentos.

Em decomposição

“Para mim, nãos havia mais jeito”, pensava eu. A minha alma estava em estado de decomposição devido a tudo isso em que eu estava metido. Por fim, teve um dia, que acho que foi o fundo do poço para mim. Foi quando, numa Sexta-Feira Santa, no dia em que o Senhor morreu na cruz por amor a mim, eu estava num prostíbulo com uma prostituta no colo bebendo cerveja, e nem ai para Deus.

Uma Trama de Amor

Enquanto eu não queria saber de Deus, Deus queria saber de mim. Ele estava me observando. Ele estava tramando algo que eu não sabia o que era. Enquanto eu havia desistido de mim, e me entregado inteiramente ao vício e ao pecado, Deus estava tramando uma investida de amor para me conquistar. Foi o que fez! Certa vez, me vi escrevendo e compondo algumas músicas sobre Deus. Fiquei assustado e me questionando: “como um trapo como eu poderia escrever coisas que falassem sobre Deus?” Não sabia eu, que já era uma emboscada divina, já era Deus colocando em ação a sua trama de amor. Uma pessoa (Roselma) que cantava na Igreja ficou sabendo dessas composições e mandou me chamar para que eu lhe mostrasse as músicas, foi quando ela me convidou para cantar na Igreja junto com ela e outros irmãos. Não sei como (ação do Espírito), mas aceitei o convite. Comecei, então, a cantar na Igreja no Ministério de música Maranatha, porém, continuei ainda tocando nas bandas do ‘mundo’. Continuei ainda com a mesma vida de pecado de antes.

O Dia do Milagre

Havia se passado já um ano, e eu ainda estava escravo do vício. Chegou, porém, o mês de comemorarmos 1 ano do Grupo de Oração “Unidos em Cristo”. Para que esse encontro tivesse bom êxito, foi sugerido que cada um dos participantes renunciasse, até o dia do encontro, algo de que gostasse muito. Eu logo pensei: “a bebida!” Fiz então o propósito com o Senhor de ficar sem beber até o dia do encontro, e não mais. Foram dias difíceis para mim, pois já estava acostumado a beber todos os dias, e como disse anteriormente, não conseguia resistir a quem me oferecesse uma dose. Foram dias de muitas tentações, muitas mesmo. Cada vez que alguém me oferecia uma dose, eu olhava para o copo, e meu corpo, já acostumado com o álcool, pedia que eu bebesse, porém, o Senhor estava ao meu lado, e me dizia ao coração: “Eu sou mais forte do que teu vício”; “Eu sou teu Deus, e tudo posso”; “Eu te dou forças para que suportes a tentação”; E assim, eu fui passando dia a dia na graça de Deus até chegar o dia do encontro, ou melhor, o Dia do meu Milagre. O nosso encontro foi no clube ITEC de Belo Jardim. Lembro-me de que no Sábado, nós fomos arrumar o local para o dia seguinte, o Domingo. Quando subi no palco do ITEC, com todo espírito de orgulho que tinha, logo comecei a me exaltar: “Aqui já passou Ivete Sangalo, Mastruz com Leite, Daniela Mercury, e fui citando cada pessoa famosa que por ali passou, e no final, disse: ‘Agora sou eu’”. Eu, ingênuo, nem imaginava o que Deus tinha pra mim naquele encontro.
Chegou, então, o dia do encontro. Começamos a tocar e animar naquela manhã de domingo. Enquanto cantava, ficava imaginando que depois do encontro eu iria beber todas para pagar o tempo sem beber que fiquei. Mais ou menos às 10 horas da manhã, começou um momento de oração muito estranho para mim, era o Momento do Santíssimo. Começamos a cantar uma música de adoração, enquanto o Santíssimo vinha em nossa direção, passando pelo meio do povo. Enquanto o Santíssimo passava, todos iam ficando de joelhos, foi quando também me ajoelhei. Quando Jesus Sacramentado foi chegando cada vez mais perto de mim, algo foi me cercando e me tomando, de tal forma, que não consegui mais cantar, só chorar. Naquele dia, algo novo aconteceu comigo. Eu experimentei o amor de Deus em minha vida. Eu fui “Batizado no Espírito Santo”. Eu fui impactado pela Graça de Deus. Todo o meu orgulho, vício, forma de pensar e ver as coisas caíram por terra diante do Senhor. A partir daquele dia, fui libertado da doença e do vício do alcoolismo. Esse dia, foi o dia do meu Milagre e, desde então, tudo em minha vida tem sido Milagre de Deus.
De uma criança traumática, de um adolescente rebelde e de um jovem viciado, orgulhoso e semeador de inferno, o Senhor o transformou num evangelizador, intercessor, catequista, músico, pregador, escritor, compositor, pai, esposo, coordenador da RCC da Diocese de Pesqueira etc. Quando na vida, eu poderia imaginaria que Deus tinha tudo isso para mim? Olhando para a minha vida, as coisas que fiz, eu posso dizer: “Tudo isso é pura Misericórdia do Senhor”. Nada do que citei é mérito meu. Se citei tudo isso, é para mostrar, e podem acreditar, quão Grande é o Amor de Deus por cada um de nós.
Deus também tem Milagres para você. Nesse momento ele está tramando algo a teu favor. Se prepare! Abra o seu coração, porque a misericórdia do Senhor pede entrada!

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